domingo, 12 de maio de 2013

Desapego?

"Feliz esse que abdica de tudo, e a quem, porque abdicou de tudo, nada pode ser tirado nem diminuído." Bernardo Soares







De que serve uma vida da qual possamos dizer "nunca me desiludi porque nunca me apeguei a nada" ou "a maneira de sofrer menos é não esperar nada" mas eu pergunto - isso é viver? Se uma linha descrevesse esse trajecto de vida - sem apegos, sem expectativas, em suma sem emoção - seria uma linha recta horizontal. E como é emocionante uma linha recta horizontal!!!
Na vida temos de nos apegar às coisas que estão ao nosso dispor - a família, os amigos, os amores, as paixões, as aventuras, os trabalhos, as diversões... tudo no plural! Porque a vida é longa (vamos viver em média até aos 80) e quando algo falha não podemos isolar-nos das relações humanas evitando que uma próxima aconteça e nos volte a trazer sofrimento. Não podemos viver com medo de sofrer. Temos que ter a ousadia de sonhar, sonhar com o que nos faz feliz, conquistar... e perdermos levantamos a cabeça, ajeitamos o cabelo e continuamos ;)
O heterónimo do Fernando Pessoa não tinha razão, como podemos ser felizes se abdicamos da família, do amor, do prazer?
Somos apenas passageiros neste mundo e devemos carregar conosco toda a bagagem que nos faz felizes! :)

domingo, 8 de abril de 2012

Aqui tudo me faz pensar. Porque eu só estou bem onde não estou, já dizia o Variações!
Tempo...
O tempo passa, e o mundo avança, e não espera. Podia esperar por mim... Mas não gosto que esperem por mim.
E o mundo avança. E eu ganho coragem, mas ele não espera e avança e avança e avança...
A infância ainda me persegue. O passado persegue-me. O presente deixa-se levar e ignora o futuro. O futuro cobarde, com medo das decisões.
As coisas que acontecem, aconteceram, sem minha interferência, interferem agora no presente. Ai o presente! "The gift!"
Uma prenda que devemos desembrulhar com expectativa e não com receio...

sábado, 3 de março de 2012

As loucuras de uma noite. As loucuras de várias noites. Vários meses. Várias loucuras. Sempre as mesmas.
Loucuras do passado, que podiam ser do presente. Se a vida fosse sempre a mesma. A vida muda. As loucuras também. Às vezes permanecem. Ou pelo menos a vontade.
As pessoas também mudam. Por muito que me custe admitir. Mudam. Não mudam muito. Mas mudam ligeiramente. Talvez a verdadeira essência nunca mude. Um dia vou descobrir isso...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Não é fácil como nos filmes

As pessoas gostam de dizer que o amor isto, o amor aquilo. Como se fosse sempre igual. Os sentimentos são sempre diferentes. Nunca gostamos da mesma maneira desta amiga e daquela. Uma mãe de certeza que não gosta da mesma maneira dos vários filhos. Uma mulher não gosta duas vezes da mesma forma, de homens diferentes. Por vezes nem gosta duas vezes da mesma forma do mesmo homem.

Os sentimentos são sempre diferentes. Mas podemos encaixa-los em categorias. Existem os inocentes, - aqueles de há muitos anos atrás, onde o que importa é ele querer sentar-se a nosso lado nas

aulas, tive um amor assim, não correspondido, apesar de ele se sentar a meu lado nas aulas, e fui feliz, recordo esses tempos com tanta nostalgia. E a partir daí existem os mais diversos sentimentos… existem aqueles que nos marcaram tanto que mesmo que vivamos até aos 100 anos nunca os vamos esquecer, mas isso não quer dizer que esse sentimento ainda seja sentido, existe apenas nas memórias, nas recordações da primeira paixão…

Paixão essa que, talvez por ser a primeira, foi tão intensa, tão vivida, tão sentida, tão carnal, tão forte que não voltou a haver outra igual. Ou então é porque os sentimentos são sempre diferentes.

Sofremos. E caímos. E voltamos a sofrer. Levantamo-nos limpamos a cara, ajeitamos o cabelo e vamos à luta. Porque o coração é um músculo, não se parte.

Apaixonamo-nos com um simples sorriso. E aparece o amor. Um olhar, um sorriso, e nasce o amor. Parece tão simples. “É como nos filmes”. E a vida torna-se cor-de-rosa, e sonhamos quando dormimos, e sonhamos quando estamos acordados, e sorrimos sem motivo algum, é
tudo tão perfeito. Parece um conto de fadas. Mas não é um filme, é a vida real. E na vida real só amor não basta. Porque eu não sou daquelas tontas que acha que só amor chega. Não chega. É preciso muito mais do que apenas amor para termos um final feliz, como nos filmes. E então o amor é uma treta, porque pode-se ter o amor maior do mundo por uma pessoa, sentir até que é a sua alma gémea, que foram feitos um para o outro, mas se apenas existir amor não resulta...

E aí dói muito. Aperta. Magoa. Rasga-nos o coração, jorra sangue. Achamos que vamos morrer. Mas não morremos. Enchemo-nos de coragem e suturamos as feridas. Com o tempo elas saram. E seguimos…

E uma noite! Ou uma tarde, ou manhã… um dia sem que estejamos à espera conhecemos alguém, alguém que nos faz sentir borboletas no estômago, sem que nos dê tempo para percebermos o que de facto está a acontecer, sem percebermos porque está a acontecer. Mas a verdade é que acontece, até os mais racionais têm amores sem explicação. Afinal dizem que o amor não se explica. Dizem! Eu não acreditava muito nisso, porque para mim tudo na vida tem uma explicação… mas talvez haja mesmo aqueles amores arrebatadores sem explicação…

Duvidamos. Questionamo-nos. Sofremos. Sonhamos. Acreditamos. Duvidamos. Lutamos. Perdemos uma batalha. Mas sabemos que podemos vencer a guerra. Basta querer. Basta não haver apenas amor.

Porque os sentimentos são sempre diferentes, mas a determinação com que os encaramos tem que ser sempre mais do que muita.

Só assim venceremos.

domingo, 17 de outubro de 2010

És a minha metade...


E eu sou a tua metade, ambas sabemos disso!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Caloirada!

Caloiros, suas bestas:
Parabéns, entraram no melhor curso do ISCSP, é um dos cursos mais antigos desta faculdade, mas um dos menos reconhecidos, e ao longo da vossa licenciatura iram debater-se diariamente com esta situação. E á medida que se forem apaixonando pelo curso, se é que ainda não estão já, vão defende-lo como todo o vosso coração.
Porque ser antropólogo não é apenas uma vocação, mas sim um estado de espírito.
Certamente alguns de vocês já sabem exactamente aquilo por que querem enveredar futuramente, outros vão mudar os interesses iniciais, e outros vão apaixonar-se constantemente por cada matéria, desde a antropologia económica, urbana, cultural, étnica, das religiões, biológica, forense e tantas outras vertentes que a antropologia como ciência social pode abordar.
Mas não se iludam, ser estudante de antropologia no ISCSP é bom, mas podia ser melhor, por isso está nas vossas mãos que a cada ano lectivo que passa os futuros antropólogos formados no ISCSP possam dizer “a minha faculdade era um máximo”, lutem, exijam, reivindiquem e acima de tudo vivam o espírito iscspiano, para que nestes próximos 3 anos como alunos da licenciatura de antropologia, o mais fascinante curso do ISCSP, se sintam completos e sejam felizes.
A vossa veterana,
Helena Antunes
(texto que a AE me pediu para elaborar)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Ainda tentei puxar-te para mim, explicar-te que a distância aproxima as pessoas quando elas têm alguma coisa para dar uma à outra, mas já tinhas desistido de mim."

sexta-feira, 4 de junho de 2010

"Se me prometeres, que ficas comigo, eu espero para sempre, e fico contigo."

quinta-feira, 22 de abril de 2010

" Tu e eu ainda não fizemos de nós mesmos.
Haverá tempo para tudo dizias
e ao longo deste ano (para dar uma noção de duração),
fizemos de didascálias numa obra sem personagens.
Fomos o verão em forma de melão num quadro de feira,
os enfeites de carnaval no funeral do papa,
a cadeira eléctrica do pai natal,
o pedinte á entrada do metro,
a sorte com o seu penteado retro.
Como todos os negócios com direito a um espaço comercial,
o nosso afecto ocupava o tempo de antena da primavera,
os bancos do cinema King, o lugar estratégico das estrelas,
o vazio da web e o mal estar das massas.
O nosso amor fazia concorrência aos gelados
e outros reguladores naturais do metabolismo.
Como a noite era branca e prudente.
Como Paris ficou tão longe, de repente.
Rima e soa barato.
Mas a literatura tem destas coisas.
Disse-o Bataille no livro sobre «a literatura e o mal».
Garanto e cito, como sempre, o original." Golgona Anghel

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Chuva na Cidade

Começa a chover. Corro para apanhar o eléctrico. Hora de ponta. Está cheio, mas consigo arranjar um banco livre, nenhum idoso se quer sentar. Aproveito o lugar. E no meio dos meus pensamentos, - que parva sair de casa sem guarda-chuva, espero que a chuva pare quando for a minha vez de sair - entra um senhor com dois miúdos, 3 e 6 anos talvez, retira um pacote de bolachas da mochila e oferece a um miúdo sentado ao colo da mãe a meu lado, dá aos filhos e oferece-me a mim, nego. Mas reparo nas feições do senhor, sorri-o gentilmente. Deve andar á volta dos 40 e poucos, barba grisalha, pai extremoso. Os meus pensamentos vagueiam - para além da chuva que se intensificou, - e acabo por esboçar um sorriso, já não tão espontâneo como fora antes.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Histórias!

Histórias. Sem fim, com fim, complicadas, simples, interessantes, ás voltas, pequenas, grandes, sorridentes, deprimentes, loucas, vibrantes, inocentes, histórias! A minha vida é feita de histórias.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Falta de inspiração.
Talvez um dia volte
.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Minha querida...

Lisboa, 16 de Julho de 2009

Sentada à mesa da cozinha olho pela janela aberta, vejo o meu horizonte repleto de luzes, é assim em Lisboa, existe vida a cada horizonte que se olhe, consegui - Eu nasci para viver aqui! - no entanto, pela primeira vez questiono-me - será que fiz a opção certa? Onde estão as pessoas que me acompanharam durantes este anos todos? A maior parte delas longe, cada vez mais longe... Pergunto-me se não será um preço demasiado alto a pagar pela realização de um simples sonho. Não devia ser assim, as pessoas que estiveram conosco até à realização dos nossos sonhos deviam ficar, permanecer, estar sempre presentes. Eu sei que por vezes é dificil, cada um tem que lutar pelos seus sonhos, mas o que nos tornamos quando os realizamos e o passado fica somente no passado? E se o sonho fosse Tóquio, do outro lado do globo? Teriamos que ir sozinhos? Conseguiria eu vir para Lisboa se soubesse que corria o risco de perder uma das pessoas que mais amo na vida? Uma das pessoas que está comigo quase desde que aprendi a falar? Eu sei que corria esse risco, não por vir viver para Lisboa, mas por tu também entrares numa nova fase da tua vida, um sonho teu...
No fundo todos nós procuramos a realização dos nossos sonhos, mas será que pensamos nas dificuldades que isso pode acarretar? A minha resposta é NÃO, não, não pensei nisso! Mas e se tivesse pensado, isso mudaria alguma coisa? Agora já não sei responder...
Olho pela janela, olho o horizonte, mas no horizonte que eu olho não existe pessoa alguma que faça parte de mim.
Estou disposta a por todas as amarguras de lado e enfrentarmos os nossos destinos unidas, queres?

Com amor,
Helena Antunes.